Já caíram mísseis americanos no Irã, na Turquia e
na Síria, o que torna difícil acreditar na precisão
cirúrgica do bombardeio de Bagdá. Não estão
acertando nem o país! E "cirúrgico" não é um termo
muito tranqüilizador, como se sabe: há cirurgiões que
procuram o apêndice no pé. Mas não posso falar mal. Como os
mísseis Tom Cruise e Tom Ahawk, eu também sou filho de Deus, e
errei. No domingo passado chamei o Paul Wolfowitz, um dos neoconservadores
responsáveis pela política externa arrasadora do Bush (já
arrasou com a aliança atlântica, com as Nações
Unidas e com a diplomacia dos Estados Unidos, e está em vias de arrasar
Bagdá, e isso que recém começou), de segundo homem do
Departamento de Estado, como se o Colin Powell não tivesse amarguras
suficientes. Wolfowitz é o segundo do Donald Rumsfeld no Departamento de
Defesa. E dizem que o primeiro entre os superfalcões responsáveis
pelo bombardeio humanitário que, no momento em que escrevo, já
conseguiu salvar dezenas de crianças das garras do Saddam Hussein,
matando-as.