Veríssimo, 27/3/2003

Já caíram mísseis americanos no Irã, na Turquia e na Síria, o que torna difícil acreditar na precisão cirúrgica do bombardeio de Bagdá. Não estão acertando nem o país! E "cirúrgico" não é um termo muito tranqüilizador, como se sabe: há cirurgiões que procuram o apêndice no pé. Mas não posso falar mal. Como os mísseis Tom Cruise e Tom Ahawk, eu também sou filho de Deus, e errei. No domingo passado chamei o Paul Wolfowitz, um dos neoconservadores responsáveis pela política externa arrasadora do Bush (já arrasou com a aliança atlântica, com as Nações Unidas e com a diplomacia dos Estados Unidos, e está em vias de arrasar Bagdá, e isso que recém começou), de segundo homem do Departamento de Estado, como se o Colin Powell não tivesse amarguras suficientes. Wolfowitz é o segundo do Donald Rumsfeld no Departamento de Defesa. E dizem que o primeiro entre os superfalcões responsáveis pelo bombardeio humanitário que, no momento em que escrevo, já conseguiu salvar dezenas de crianças das garras do Saddam Hussein, matando-as.