O ex-prefeito César Maia, defendeu ontem uma ação
integrada da Polícia Militar com a Guarda Municipal para
reprimir a ocupação desordenada do Centro pela
população de rua. [...] César pretende, se eleito
[governador], usar agua e creolina para lavar diariamente as
calçadas mais visadas e dissuadir a ocupação desses
locais.
O secretário das Administrações
Regionais de São Paulo, Alfredo
Mário Savelli, disse ontem
que "não existe espaço na cidade para
as pessoas sem qualificação
profissional", ao comentar a situação
dos camelôs da avenida Paulista.
Savelli recomendou aos ambulantes que voltem para as suas cidades de origem. [...] "Eles
estão prejudicando a cidade destinada a ser a capital do Mercosul."
Porém, quase DOIS SÉCULOS atrás, o mestre do Simón Bolívar escreveu o seguinte, que parece ser uma solução alternativa:
Fazem passar o autor por louco. Deixem que ele transmita suas
loucuras aos pais que estão por nascer.
Terá de se educar todo mundo sem distinção de raças nem cores. Não nos alucinemos: sem educação popular, não haverá verdadeira sociedade.
Instruir não é educar. Ensinem, e terão quem saiba;
eduquem, e terão quem faça.
Mandar recitar de memória o que não se entende é fazer papagaios.
Não se mande, em nenhum caso, uma criança fazer nada que não
tenha o seu "porquê" junto. Acostumada a criança a ver sempre
a razão apoiando as ordens que recebe, sentirá falta dela quando
não a ver e perguntará por ela dizendo: "Por quê?"
Ensinem as crianças a serem perguntadoras, para que, pedindo o porquê do
que as mandam fazer, se acostumem a obedecer à razão:
não à
autoridade, como os limitados, nem ao costume, como os estúpidos.
Nas escolas devem estudar juntos os meninos e as meninas.
Primeiro, porque assim desde criança os homens aprendem a
respeitar as mulheres; e segundo, porque as mulheres aprendem a
não ter medo dos homens.
Os varões devem aprender três oficios principais: construção,
carpintaria e ferraria, porque com terras, madeiras e metais
são feitas as coisas necessárias. Dar-se-á instrução e oficio
às mulheres, para que não se prostituam por necessidade, nem
façam do matrimônio uma especulação para garantir a subsistência.